Ache aqui

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Identidade cultural quase perdida

Contradição cultural pode trazer grandes problemas sociais para Recife.

     Recife, capital de Pernambuco, comporta cerca de 1,5 milhão de habitantes. Atrai expectadores de todo o mundo para contemplar sua beleza natural e sentir suas recepções calorosas repletas de música, teatro, dança, e é claro, um sol intenso para radiar ainda mais seu clima de alegria.
     Acredito que, em qualquer lugar do mundo, a cultura regional não pode ser desprezada. Isto, pois a mesma age sobre o comportamento social de todo e qualquer cidadão, sendo capaz de influenciar não só no modo de falar e pensar, como também de agir.
     O que vem acontecendo aqui é uma contradição cultural. Em outras palavras, Recife, antes conhecido como “a capital do frevo”, agora vem se perdendo diante de uma nova geração, isto é, a cada dia que se passa nos deparamos com mais uma tentativa frustrada, de achar um novo modo de conseguir mais turistas.
     Agradando a mais gostos, o público cresce e junto a ele, a economia da capital. Para nós, recifenses, isto seria ótimo, pois poderíamos desfrutar de uma melhor condição de vida social, onde as necessidades populares seriam melhoradas. Porém, além disso raramente acontecer, os nossos principais meios turísticos estão sendo destruídos pelo esquecimento: casas antigas que deveriam estar abertas à visitação encontram-se interditadas por estarem condenadas.
     Que lugar é este em que os conterrâneos não têm o direito de conhecer a própria história? Onde está o frevo, o maracatu, o forró pé de serra, as comidas regionais e as danças típicas? É realmente válido considerar a idéia de que gerar um pouco mais de lucro anualmente pode ser mais importante do que manter um lucro estável e conservar nossa cultura?
     Em minha opinião, trocar a cultura de nosso povo por dinheiro, não é viável. Isto é, o dinheiro deveria estar sendo investido para a melhoria dos antigos casarões, gerar mais oportunidades para novos projetos daqui, aumentar o número de apresentações gratuitas, tendo como objetivo estimular a visão cultural do povo recifense, além de estabelecer cuidados especiais com o Recife Antigo – o bairro mais visitado de Recife e palco de quatro dias de folia todos os anos.
     O que nós precisamos, é de algo que nos lembre da riqueza que temos. Para os mais materialistas, pensem na riqueza que podemos gerar com o nosso diferencial, com o que sabemos fazer e temos de melhor que é espalhar alegria pelas ruas e causar admiração a quem quer ver quem somos.


     "ACORDA, RECIFE, ACORDA QUE JÁ É HORA DE ESTAR DE PÉ!"

Um comentário: